segunda-feira, 21 de março de 2011

Outra frequência

Quando me refiro à palavra frequência, me remeto ao tempo, à sintonia, ao momento em que vivemos.

Todos sabem que a vida é feita de momentos e devemos vivê-los e aceitá-los como eles se dão ou então buscar formas de modificá-los para que sejamos mais felizes. Sabemos também que muito daquilo que acontece na nossa vida é reflexo de nossas atitudes, palavras, comportamento e principalmente escolhas.

Assim acontece também com as pessoas que saem e entram em nossas vidas. Muitas entram e permanecem nos nossos dias por entenderem perfeitamente que assim como a vida delas, a nossa é feita de frequências distintas. Hora somos assim porque o momento exige de nós, hora somos “assados” porque a vida pede.

É bom poder contar com os amigos, com os amores, com a família, enfim, com as pessoas em todas as fases que temos que vivenciar na vida. No entanto, nem sempre é possível, certas vezes precisamos fazer escolhas (como já disse) e naturalmente algumas pessoas vão se afastando de nós ou nós nos afastando delas. Essas pessoas ficam para trás. Não para trás no sentido inferiorizado da coisa, mas para trás no sentido do passado.

Alguns amigos passam a ser memórias, outros são vistos apenas por fotografias e relembrados de um tempo que foi bom, mas passou.

Quando vamos amadurecendo e desenhando um pouco o nosso destino, de preferência sempre pedindo a benção do cara lá de cima, temos que abrir mão de algumas coisas, momentos e talvez pessoas.

Não podemos ter tudo na vida sempre não é mesmo? Pelo menos é assim que querem nos convencer. Dizem que às vezes para alcançar o sucesso profissional precisamos abrir mão da proximidade da nossa família, falam também que aqueles que desejam ter dinheiro devem abrir mão do tempo com os amigos, enfim...é o que dizem por aí...

E....contrariando o que dizem por aí. Eu acredito que tudo possa sim e deva andar junto, pois ninguém é feliz sozinho. Mas, ao mesmo tempo eu acredito que quando nossa frequência não é igual a das outras pessoas que nos rodeiam isso precisa ser dito com sinceridade para que haja compreensão por parte daqueles que ficam enquanto nós alçamos voos.

terça-feira, 8 de março de 2011

Alguns resultados

Parece que o ano vai começar agora. O Carnaval acabou e com ele vidas, amizades, amores e presenças se foram.

Pouco importa se a Vai Vai ganhou alguma coisa por conta do desfile em São Paulo. Não interessa se o Roberto Carlos foi homenageado pela escola de samba tal e também não faz diferença se a Restinga foi muito bem nas comemorações carnavalescas em Porto Alegre.

Que se dane o Carnaval.

Sabe o que interessa mesmo? Que mais uma vez centenas de pessoas perderam a vida nesses últimos dias e que não só elas foram enterradas, elas levaram junto o sentimento, o amor e as lembranças de muitas pessoas.

A culpa não é do Carnaval. Eu sei que não é, mas é da falta de compromisso das pessoas com as próprias vidas e com as vidas dos outros. Parece que no Carnaval, em especial o povo perde a noção de tudo e se joga numa folia vazia.

Na Quarta-Feira de Cinzas o que resta? A ressaca, o pó, a sujeira das avenidas? Não, não é só isso que resta. Camas vazias, casas desertas, espaços ocupados por pessoas que saíram de casa com a promessa de se divertir, descansar ou ter momentos felizes perto de familiares deixam agora um vazio na vida de tantas pessoas.

Claro que algumas provocaram a própria ida antecipada para o “lado de lá”, mas muitas se foram antecipadamente por conta da irresponsabilidade de tanta gente que não pensa em mais nada durante o Carnaval, só na própria alegria, na fissura, na doideira e apaga de si o bom senso, a responsabilidade e a capacidade de dar passos sem pisar no calo alheio.

Vamos ano. Começa. Pode começar. Tem um bando de gente que encheu a cara e vai ficar até a Páscoa se lamentando pelo monte de bobagem que fez no Carnaval.

Começa 2011. Que tem uma galera irresponsável que vai se envergonhar até o próximo Carnaval pelas atitudes irresponsáveis que tiveram.

Vamos ano. Começa agora. E aproveita para trazer com esse começo, fôlego e muita força para aqueles que perderam amigos, irmãos, pais, tios, sobrinhos, enfim, pessoas especiais e importantes.

Começa ano e traz consigo uma pouco de consciência a esse povo que não faz questão de ter o que comer durante o ano, contudo que tenha o que beber no Carnaval. Traz ano, um pouco de bom senso para essa gente que anda pelas estradas como se estivesse numa corrida de Fórmula 1, mas que age dentro de um carro como se fosse um animal, quadrúpede e feroz.

Ano, começa, mas envergonha alguns, mas principalmente abençoa outros que vão precisar para o resto da vida o consolo, a força e a perseverança de não fazer dos dias que estão vindo pela frente, dias piores, mais amargos.

Dê ano que começa a sabedoria que tantas pessoas precisam para aceitar que a culpa não é do Carnaval, mas que é nele que o ser humano se revela desumano e age como se não tivesse passado na fila da responsabilidade.

Perdoa Deus, todos que contribuíram para tirar pais de filhos, filhos de pais, amigos de outros amigos, paixões de amores que juraram ser eternos. Ano, começa para ver se o resultado muda, e se as pessoas param de justificar as irresponsabilidades dizendo “foi um acidente”. O saldo atual é dolorido demais para muita gente e essa justificativa é pequena demais diante da dor e da revolta daqueles que perderam quem mais amavam.

Começa ano, e apaga de nossos corações todos esses resultados negativos e nos traz a esperança de dias melhores, paz entre os homens e a evolução da humanidade.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Carnaval...

E enfim o Carnaval está chegando. Aleluia. O ano vai começar.

Mas antes do ano começar, o que se espera é que nos dias que antecedem a festa e durante ela, as pessoas tomem consciência de que nada adianta comemorar o período se durante ele, pessoas perdem a vida, seja em acidentes, brigas e etc...

A festa só é bonita quando a alegria é verdadeira e não usada apenas para mascarar nossas reais vontades e se o resultado dela for o luto, a tristeza e as mágoas.

Acho sim o Carnaval muito bonito. Admiro quem se fantasia, quem cria personagens, desfila e se diverte de forma saudável. Abomino aqueles que enchem a cara, saem de si e deixam de serem seres humanos durante quatro ou cinco dias para se transformaram em verdadeiros animais irracionais.

O Carnaval é bacana por podermos nos vestir diferente (existem aqueles também que preferem se despir completamente), mas enfim. O período é colorido, a música alegre, as pessoas sorriem com facilidade. Quem sabe dançar dança, quem não sabe pula.

Ninguém fica de fora e só fica de fora quem quer. Mas fora toda essa empolgação carnavalesca, ou melhor, antes de expressarmos toda essa empolgação, precisamos lembrar que tem o depois, o pós carnaval.

Por isso, ser consciente durante a festa é importante. Não exagerar. Seja na bebida, na comida, no cigarro e nem na falta de responsabilidade, nos descompromisso. Não entrar na onda dos outros que vestem personagens nessa época e depois se esquecem de tirar a máscara.

É preciso pensar que depois da festa, voltamos ao trabalho, voltamos para casa, enfim, seguimos nossas vidas e isso depende de nós mesmos. De não passarmos do ponto, de podermos lembrar daquilo que fizemos, com quem dividimos a festa e não sentir vergonha das nossas atitudes.

Viver o Carnaval não significa encher a cara, pegar geral e menos ainda ser irresponsável, inconseqüente, descompromissado. Não deixamos de ser quem somos durante a festa. Não saímos do nosso corpo e nos transportamos para outro. Ou seja, não somos um durante o Carnaval e outro durante o ano.

Podemos “festiar”, nos divertir, alegrar, tirar o pé do chão, mas medir um pouco como faz isso para não sofrermos de ressaca moral no outro dia. Não perdermos o foco da nossa vida, o controle dos nossos dias e a paz do coração.

Bom Carnaval a todos. Boa folia. E Espero que depois das festas, a alegria continue, a paz permaneça e a energia positiva seja eterna.