quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Resumindo...


Só tenho uma coisa pra dizer hoje. Vida de jornalista não é fácil. Mas de jornalista de verdade, não dessas pessoas que se auto enlatam e se jogam no mercado...
E a vida de jornalista (de verdade), não é fácil porque a gente pensa e se pensamos é porque nos preocupa com o que os outros vão ler nas páginas dos jornais ou sites, ouvir no rádio ou ver na TV.
E se nos preocupamos é porque também estamos cansados de ver, ouvir e ler sempre as mesmas coisas, sempre da mesma forma e acreditamos que nosso povo e público merece informação com qualidade, com decência. Nós também estamos cansados de cultura inútil, de futilidade em páginas inteiras de revista e nenhuma linha de conteúdo, por isso, nós estudamos, pesquisamos, tentamos fazer o diferente. Pena que boa parte das vezes a gente tropeça nesses enlatados que estão por aí... mas que nada, enlatados tem data de vencimento (ainda bem)..

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Não criar raízes para alçar vôos

As razões que mantém uma pessoa em uma mesma cidade durante toda uma vida são inúmeras: Trabalho, família, negócio próprio, falta de oportunidades e enraizamento.
O enraizamento por sua vez, pode ser consequencia de tudo o que cite acima, mas normalmente ele acontece pelo comodismo e pela falta de coragem ou medo daquilo que outros vão pensar ou porque no fundo, temos esperança e o desejo de conquistar onde nascemos os nossos objetivos.
Nós deixamos de fazer muitas coisas, pois tememos o julgamento de algumas pessoas e aí, quando sentimos que nossa data de validade em um lugar já venceu, não movemos um dedo para sair de cena porque bate a insegurança e o medo do tal julgamento.
Passamos uma vida todinha interpretando um personagem, agradando um monte de gente e distribuindo sorrisos amarelos. Trabalhamos naquilo que não gostamos, convivemos com pessoas hipócritas ao extremo, mas temos que engolir, afinal é nosso chefe ou o dono de uma das maiores empresas da cidade, ou uma liderança política e em nossa cabeça (que ainda tem juízo), martela: “tenho que tratar este ser com o mínimo de educação, afinal, moro em uma cidade pequena e um dia posso precisar”.
Só que, chega um momento que nos convencemos que santo de casa não faz milagre mesmo, que alguns santinhos de casa que andam fazendo milagre por aí, o fazem às custas de inúmeras trapaças, puxando tapetes, sem o mínimo de honestidade ou porque têm bons padrinhos. Então, você cansa de competir com quem sabe lidar melhor com a hipocrisia e com aqueles que são movidos a massagens no ego. E então o que você faz? Duas opções. Ou engole tudo na sua e segue sua vida se remoendo por dentro, assistindo os “santos e demônios”, ou vira a mesa e larga tudo.
E como santo de casa não faz milagre, você resolve pousar em outra nuvem e finalmente vai embora do lugar que você viveu a vida toda e não saiu do chão. Mas, para poder pousar em outra nuvem, sair do chão e alçar esse voo, é preciso que você não tenha criado raízes e se planeje ao menos um pouco, que é para não errar tão feio assim na nuvem.
Em algum lugar eu li ou ouvi a seguinte frase “Às vezes devemos deixar o lugar onde estamos para ser quem realmente somos”. Isso quer dizer que se você é um baita profissional, mas no lugar em que você está ninguém está interessado em baitas profissionais, apenas em relações de conveniências, cabe a você “sair do lugar em que estamos para ser quem realmente somos”.
Conheço pessoas que fizeram isso. Perceberam depois de 30 anos que o lugar onde viviam e nasceram não estava se importante com o talento, a inteligência e o profissionalismo, então, como não tinham criado raízes, alçaram o voo e sabe de uma coisa? Estão super bem. Passam por dificuldades, têm problemas, sentem saudade de quem deixaram, mas não se arrependem, pois são reconhecidas e o melhor, ganham ($$$) o que merecem pelo excelente trabalho que fazem. Quem saiu perdendo nisso? A cidade que um dia deixaram.
A moral de toda essa história é que se você começa a sentir que uma data de validade está vencendo, não crie raízes, não se acomode e planeje. Estude o seu novo destino, estruture sua aeronave (cabeça e coração), faça um plano de voo e vá sem medo, sem culpa e com um único pensamento: “Às vezes devemos deixar o lugar onde estamos para ser quem realmente somos”.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quem somos ou deixamos de ser

Dias atrás escrevi sobre a nossa falta de coragem e alguns desejos que deixamos de lado, que não realizamos por pensar que seremos julgados e que vão nos achar loucos por de repente largarmos tudo e mudarmos nossas vidas.
Hoje o assunto é parecido. Estou lendo um livro da Alice Miller que fala dos desejos que reprimimos desde a infância por percebermos que nossos pais depositam outras expectativas sobre nós. Mesmo que eles não falem, inconscientemente, quando crianças, captamos esses desejos e muitos de nós passamos a viver em cima disso, em função dessas expectativas e por isso, reprimimos desejos próprios, em nome da felicidade de outros. Mascaramos nossos reais sentimentos e seguimos outros caminhos por acreditarmos que se seguirmos o caminho que queremos, estaremos fazendo nossos pais infelizes. Então, como não queremos decepcionar quem amamos, seguimos o caminho desejado por eles.
O livro fala sobre a questão psicológica do negócio. Sobre os problemas que esse tipo de atitude, de pais sobre os filhos podem refletir na vida adulta de uma pessoa e do quanto uma criança se sente intimidade e é levada ao silêncio.
É uma leitura que vale a pena. Tanto para pais (pai e mãe) como para filhos. Não há dúvida de que um grande fundo de verdade existe no pensamento da autora e que se pararmos para pensar, alguns de nós já vivemos ou vivem em função das expectativas de outras pessoas.
Afastamos nosso verdadeiro eu de nós e levamos a vida como os outros querem que ela seja e com isso surgem problemas de relacionamento entre pais e filhos, problemas de identidade e tantas outras dores que nunca são curadas por não reconhecermos a causa.
Vivemos uma vida toda nos iludindo, vivendo a vida de outras pessoas. Sustentamos aquilo que acreditamos que talvez possa nos fazer feliz um dia e assim, estaremos orgulhando quem projeta sonhos e expectativas sobre nós. Adiamos sonhos, boicotamos sentimentos e depois, ao nos tornamos pais, depositamos em nossos filhos as expectativas de que eles sejam como e o que nós gostaríamos de ter sido.
A repressão dos sentimentos na infância determina o adulto que seremos ou que deixaremos de ser. Sentimentos como vazio, privação, são mais comuns que imaginamos e como consequência, nos tornamos pessoas infelizes, amargas e fechadas. Deixamos guardado dentro de nós, no escuro da nossa alma as grandes realizações que gostaríamos de ter colocado em prática e como resultado disso tudo, deixamos brotar em nós sentimentos ruins como raiva, frustração, descontentamento e angústia.
O que quero dizer com isso tudo é que nem sempre a coragem que eu sempre acreditei e defendi ser necessária para grandes realizações, é o que nos falta para sermos grandes. Nem sempre nossa “loucura” ou atitudes ousadas são suficientes para sermos felizes. Às vezes, basta olha para trás, conhecer nosso passado, entender o que nos faz sentir dor e aprender a lidar com isso poder nos ajudar a não nos perder num mundo de sentimentos e passarmos a viver num universo de grandes realizações.