terça-feira, 22 de setembro de 2009

Não criar raízes para alçar vôos

As razões que mantém uma pessoa em uma mesma cidade durante toda uma vida são inúmeras: Trabalho, família, negócio próprio, falta de oportunidades e enraizamento.
O enraizamento por sua vez, pode ser consequencia de tudo o que cite acima, mas normalmente ele acontece pelo comodismo e pela falta de coragem ou medo daquilo que outros vão pensar ou porque no fundo, temos esperança e o desejo de conquistar onde nascemos os nossos objetivos.
Nós deixamos de fazer muitas coisas, pois tememos o julgamento de algumas pessoas e aí, quando sentimos que nossa data de validade em um lugar já venceu, não movemos um dedo para sair de cena porque bate a insegurança e o medo do tal julgamento.
Passamos uma vida todinha interpretando um personagem, agradando um monte de gente e distribuindo sorrisos amarelos. Trabalhamos naquilo que não gostamos, convivemos com pessoas hipócritas ao extremo, mas temos que engolir, afinal é nosso chefe ou o dono de uma das maiores empresas da cidade, ou uma liderança política e em nossa cabeça (que ainda tem juízo), martela: “tenho que tratar este ser com o mínimo de educação, afinal, moro em uma cidade pequena e um dia posso precisar”.
Só que, chega um momento que nos convencemos que santo de casa não faz milagre mesmo, que alguns santinhos de casa que andam fazendo milagre por aí, o fazem às custas de inúmeras trapaças, puxando tapetes, sem o mínimo de honestidade ou porque têm bons padrinhos. Então, você cansa de competir com quem sabe lidar melhor com a hipocrisia e com aqueles que são movidos a massagens no ego. E então o que você faz? Duas opções. Ou engole tudo na sua e segue sua vida se remoendo por dentro, assistindo os “santos e demônios”, ou vira a mesa e larga tudo.
E como santo de casa não faz milagre, você resolve pousar em outra nuvem e finalmente vai embora do lugar que você viveu a vida toda e não saiu do chão. Mas, para poder pousar em outra nuvem, sair do chão e alçar esse voo, é preciso que você não tenha criado raízes e se planeje ao menos um pouco, que é para não errar tão feio assim na nuvem.
Em algum lugar eu li ou ouvi a seguinte frase “Às vezes devemos deixar o lugar onde estamos para ser quem realmente somos”. Isso quer dizer que se você é um baita profissional, mas no lugar em que você está ninguém está interessado em baitas profissionais, apenas em relações de conveniências, cabe a você “sair do lugar em que estamos para ser quem realmente somos”.
Conheço pessoas que fizeram isso. Perceberam depois de 30 anos que o lugar onde viviam e nasceram não estava se importante com o talento, a inteligência e o profissionalismo, então, como não tinham criado raízes, alçaram o voo e sabe de uma coisa? Estão super bem. Passam por dificuldades, têm problemas, sentem saudade de quem deixaram, mas não se arrependem, pois são reconhecidas e o melhor, ganham ($$$) o que merecem pelo excelente trabalho que fazem. Quem saiu perdendo nisso? A cidade que um dia deixaram.
A moral de toda essa história é que se você começa a sentir que uma data de validade está vencendo, não crie raízes, não se acomode e planeje. Estude o seu novo destino, estruture sua aeronave (cabeça e coração), faça um plano de voo e vá sem medo, sem culpa e com um único pensamento: “Às vezes devemos deixar o lugar onde estamos para ser quem realmente somos”.

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