segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A importância das pessoas

No meu período de transição, ou troca de idade como preferirem, escrevi este texto, pois fiquei analisando certas coisas. Aliás, faz tempo que sei disso, penso assim, mas acho que não havia compartilhado, até porque, certos pensamentos devem ser apenas pensados e quando comentados podem causar “problemas”, ou devem ser comentados de forma muuuuito polida para não colocar o chapéu em muita gente. Pois bem, como estou na “idade boa” (idade onde passamos a ser mais exigentes e expor nessas exigências), foi essa definição que recebi a respeitos dos meus 26 anos recém completados, vou expor um pensamento que é de muitos, creio eu.
Tenho um lado crítico que tenho certeza que me atrapalha em muita coisa, mas fazer o quê? Se meu pensamento crítico fere o ego e o brio de alguns, não posso fazer nada. Sou coerente em meus pensamentos e ações. Mas vamos ao que interessa.
Já li um texto da Martha Medeiros que fala sobre como se mede uma pessoa. No texto ela diz que uma pessoa não se mede pela altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho. Poeticamente, muito bonito, assim que realmente deveria ser, mas a verdade é que: Não é a inteligência, o bom senso, a competência e muito menos a capacidade de ser solidário ou generoso que fazem de uma pessoa, um grande ser humano.
Hoje, o que torna uma pessoa grande é o dinheiro que ela tem (ou a ostentação dele), a pessoa que ela demonstra ser na sociedade e o grupo que ela convive. Hoje, você pode ser fútil, não ter nada na cabeça e achar que tudo se resume a dinheiro. Não importa o que você é, mas sim o que você demonstra ser. Ou seja, você tem que ser muito bom ator. Pouco importa se eu sou uma pessoa simples, de bom senso, que curte livros, é generosa, vai a Igreja e procura se dar bem com todo mundo. Não importa, não sou tão legal assim, mas se eu viver na balada, rodeada de gente que se veste com roupas caras, que tem grana, eu sou mais bacana. Meu grupo define minha personalidade (que deprimente!)
Tem muito pobre que se faz de “milionário” só para ser aceito na sociedade. Morro sem ser aceita, morro sendo só mais uma na multidão, mas não me rendo a essa hipocrisia. Prefiro mofar no sofá da sala sábado a noite que ir para alguma balada só para aparecer no site da boate e as pessoas dizerem por aí. “Nossa, a fulana vai lá todo sábado, deve ter condições, ser uma pessoa legal. Vou me aproximar dela”. Como se o fato de você estar na balada todo sábado faz de você uma pessoa melhor. Lembra de um texto anterior a esse? Balada, algumas vezes é o lugar de gente triste.
Sabe o que é uma pessoa legal? Uma pessoa que aceita todos como são, que respeita os defeitos e as qualidades das pessoas. Uma pessoa bacana é aquela que não tem preconceitos, que gosta de coisas simples e que não esconde que às vezes sofre de mal humor, que não finge que gosta de gente, quando na verdade ama ficar sozinha as vezes, em silêncio. Legal é quem não se esconde atrás de um personagem. Legal é quem trabalha oito, dez, doze horas por dia para pagar as contas, para estudar, alimentar a família, quem dá duro para não deixar faltar nada para a família e besta é quem trabalha para manter luxos fora de casa e passar por necessidades dentro de casa.
Eu julgo importante quem tem integridade, inteligência, bom senso e detesto os que fingem ser simpáticos, fingem ser legais e ostentam uma vida que não podem levar. Sorriso amarelo não cola comigo. Espontaneidade é tudo na vida. Eu por exemplo. Não escondo que tenho dias de mau humor, não me faço de simpática, porque sei que sou péssima atriz. Falo para quem quiser ouvir que meu estado de espírito e humor diário depende de uma noite bem dormida e um despertar tranqüilo. Se eu sou importante ou não. Não sei, não me importa. Mas eu me reconheço quando me olho no espelho e não tenho crises de identidade.

Um comentário:

  1. Só posso te parabenizar pela clareza e franqueza das tuas palavras. Temos muito em comum e acho que nos diferenciamos apenas no sexo.O sentimentalismo de uma pessoa esta na postura que ela toma diante das dificuldades: humilde, mas não submisso;aguerrido, mas não um tirano.Creio que o sangue dos Sommer que também corre em minhas veias me fizeram assim:Lutar pelos meus ideais e preservar o livre arbítrio que nos foi concedido sem magoar ou ferir aos meus semelhantes. Embora a recíproca nem sempre seja verdadeira.Minha avó já me dizia: -Paulo, meu neto. haja de acordo com a tua consciência. Ela é a tua única amiga, se agires com o coração e não com o desejo. Sinto saudade da Vó Blandina Sommer! Ela foi uma gande mulher!(paulo-rodrigues2@hotmail.com)

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