segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Corajoso, surtado ou invejoso?

Existe uma passagem bíblica que diz que por natureza somos pecaminosos. De fato somos e por mais que tentemos levar uma vida correta, dento dos padrões bíblicos, sociais e morais, impossível não dar uma resvalada e sair um pouco do eixo. Sobre o que estou falando? Sobre sentimentos que boicotamos em nós, que estão ali, guardados e reprimidos porque a mãe não quer e o pai não deixa que a gente expresse. Sobre o que estou falando? Estou falando de inveja, raiva, indignação, ciúme e a lista inteira que vem acompanhada com eles.
Nós muitas vezes passamos a vida dizendo “amém” para todas as situações. Passam-nos para trás? Tudo bem, nosso dia um dia chega. O vizinho foi promovido mesmo sendo uma “porta” (incompetente), mas como tem um QI (quem indica) bacana foi promovido? Legal, eu vou vencer pelo meu próprio mérito. A pessoa que acreditávamos ser nosso amor eterno nos deixou e duas semanas depois já engatou um romance com outra? Sem problemas, todo mundo tem a tampa para a panela. Não é assim?
Estamos sempre tentando nos conformar, buscar justificativa para as “desgraças” (fui um pouco dramática eu sei), que acontecem conosco, mas com o tempo a pia entope, o saco enche e a paciência acaba e você????? Sim, você se cansa de ser passado para trás, de ver “portas” em cargos de chefia, de aceitar numa boa que o seu amor tem outra e desconsiderou totalmente o amor de vocês e você se cansa de se “auto conformar” e então você faz o que?
A) Vai na casa do vizinho e diz na cara dele que ele é uma porta e que mais dia menos dia o QI vai perder o posto e automaticamente ele também vai?
B) Se mete na relação do seu ex e dá um jeito de melar o lance dele?
C) Fica quieto no seu canto e apenas torce contra todos que de alguma forma atingem você?
Resultado. Se você respondeu A, você é muito corajoso, se você respondeu B, você é surtada, mas se você respondeu C, você é um ser humano como muitos que existem por aí, então, sinta-se feliz, desde que você não seja aquele invejoso doente, obcecado, que aponta só para os outros e deixa de viver. O invejo que se preocupa mais com o outro. Esse é “tan tan” também, mas se sua inveja tem limite e nenhuma maldade, você faz parte de um grande grupo e até pode se sentir uma pessoa “normal”.
Todos reprimimos sentimentos, pensamentos e vontades. Infelizmente não podemos falar tudo aquilo que pensamos então apenas sentimos. Claro que existem pessoas que não sentem inveja, raiva, enfim. São pessoas com um equilíbrio muito bacana, com poder de discernimento e bom senso mais apurado, mas se você sente inveja, não se conforma que todas as oportunidades cruzam em um único caminho, que todos “astros” (are baba), direcionam energias demais para um e de menos para outro, entenda que você não é o único nesse mundo que se sente assim e nem por isso deve se auto flagelar. O que você precisa observar em você mesmo é um sentimento chamado vingança. Esse não deve ser exercitado. Faz mal. Os vingativos morrem antes, são infelizes, amargos e não sabem que inveja atrapalha o caminho das pessoas, mas a vingança não abre porta nenhuma para si.
Exercitar o equilíbrio, buscar se conhecer melhor, exercitar a tranquilidade e o bom senso nos dá vida longa. Inveja, raiva, ódio, com pitadas de maldade afundam mais ainda. Não devemos ser moscas mortas, pessoas sem reação, boazinhas demais, que não expressem sinais de indignação diante da injustiça ou daquilo que nos magoam. Ser humano é isso. Falar o que pensa, mesmo que depois precise pedir desculpas. Ser humano é sentir coisas ruins, mas saber quando precisa parar e amadurecer. Ser humano é ter a capacidade de entender que nossos corações precisam estar sempre abertos, apesar dos pesares.

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