Em período de Feira do Livro, em Gramado é que alguns questionamentos me vieram à cabeça. Quantos de nós gostaríamos de ter a oportunidade de estar lá, entre livros e escritores, entre obras e diversidades culturais? Muitos creio eu. Eu mesma gostaria de poder estar entre aquelas pessoas que assim como eu adoram ler, mas que para ter acesso a um livro do Mário Quintana, por exemplo, precisam caminhar muito e esperar mais um tanto para poder conseguir comprar um. Lá não, você quer um livro? Vai à feira ou ao shopping. Livrarias imensas que deixam você com a louca vontade de sentar no corredor e ler vários daqueles títulos.
Claro que muito da culpa por não termos livrarias forradas de coisas boas na nossa região, é nossa mesma, afinal, poucos têm o hábito da leitura, com isso, comerciantes não conseguem se manter. Não é meia dúzia de leitores que vai sustentar um empreendimento.
Somos culpados por nossa pouca oportunidade de viver num meio de variedade cultural. Somos nós mesmos os culpados por não termos cinema, teatro, exposições e livrarias. Somos os culpados porque quando essa oportunidade nos é dada, nós não freqüentamos esses lugares. Pensamos sempre. “Não vou sair do sofá da minha casa para ver uma peça de teatro, naquelas cadeiras desconfortáveis. Não vou sair do meu cantinho pra ver um filme que daqui seis meses (ou mais) chega à locadora e tão pouco vou sair do conforto da minha casa pra ver aquela exposição de fotos de um cara ou de uma pessoa que eu sequer conheço ou que não vou com a cara” Tudo bem, não quer sair de casa, mas me pergunto outra coisa. Sua vida se baseia em trabalho e casa? Porque para jogar futebol os homens saem até abaixo de “chuva de canivete” e porque para pintar o cabelo as mulheres abdicam até do horário de almoço se for necessário?
Nada contra o futebol, ele é importante também, nada contra pintar o cabelo, as pessoas devem sim fazer o que as deixam felizes e melhoram a auto-estima. Mas cá entre nós. Um dia na sua vida sem umas dessas coisas, não vai deixar você deprimido.
A cultura, a busca por ela e a incessante necessidade de se sentir por dentro das coisas que acontecem no mundo, motivam milhares de pessoas a ter no orçamento familiar, por exemplo, mensalmente uma graninha para comprar um livro. Se permitir ter acesso a poesias, a textos, filmes e a arte de outras pessoas nos oportunizam conhecer o universo e ver a vida de outras formas, de novos pontos de vista. Não é feio homem gostar de poesia e mulher achar o máximo, filmes de época. Feio são as pessoas nos oferecem oportunidades de ter acesso a diferentes tipos de cultura e em alguns casos de forma gratuita e mesmo assim preferirmos ficar em casa vendo Super Pop
Como prova disso, gostaria de contar uma história sobre essa falta de prestígio e importância que as pessoas dão para as variadas expressões culturais. Certa vez eu e um colega organizamos uma instalação fotográfica. Convidamos empresários, colegas da imprensa, amigos, a comunidade, todas as pessoas que achávamos que se interessaria em algo que até então não havia acontecido em Três de Maio nos últimos anos. Para nossa surpresa, uns vinte ou trinta apareceram e muitos disseram que iriam e nos 15 dias de instalação, sequer deram as caras. Descanso com nós dois? Falta de prestígio nosso como profissionais? Não. Acho que o descaso foi com eles mesmos. Todos que deixaram de ir perderam algum coisa. Ou perderam de conhecer um pouco mais sobre a fotografia, ou perderam tempo assistindo a novela das 20h. O descaso com a cultura é mais deprimente que ver TV de pijamas um domingo à tarde. A cultura nos é oferecida seja em Porto Alegre, Três de Maio, Santa Rosa, Ijuí. Seja na cidade de cinco mil habitantes, ou na de 200 mil. Falta-nos interesse em sairmos de dentro de nossas bolhas e respirarmos e nos depararmos com novidades.
Acho lindo como as pessoas dizem por aí quando questionadas sobre que tipo de livro gosta de ler e sequer sabem definir um estilo literário. Mais interessante ainda é os hipócritas que dizem por aí que o livro de cabeceira é a Bíblia e sequer sabem o que está escrito no Salmo 23. A cultura é oferecida a todos, basta termos interesse. E falando em Bíblia, tenho certeza que no princípio criou Deus o céu, a terra, mas se ele pudesse voltar atrás, criaria também pessoas menos preocupadas com o cabelo e mais com o cérebro, criaria também pessoas menos preocupadas com a potência do som do carro e mais interessadas no intelecto.
E viva o descaso com a cultura!
Claro que muito da culpa por não termos livrarias forradas de coisas boas na nossa região, é nossa mesma, afinal, poucos têm o hábito da leitura, com isso, comerciantes não conseguem se manter. Não é meia dúzia de leitores que vai sustentar um empreendimento.
Somos culpados por nossa pouca oportunidade de viver num meio de variedade cultural. Somos nós mesmos os culpados por não termos cinema, teatro, exposições e livrarias. Somos os culpados porque quando essa oportunidade nos é dada, nós não freqüentamos esses lugares. Pensamos sempre. “Não vou sair do sofá da minha casa para ver uma peça de teatro, naquelas cadeiras desconfortáveis. Não vou sair do meu cantinho pra ver um filme que daqui seis meses (ou mais) chega à locadora e tão pouco vou sair do conforto da minha casa pra ver aquela exposição de fotos de um cara ou de uma pessoa que eu sequer conheço ou que não vou com a cara” Tudo bem, não quer sair de casa, mas me pergunto outra coisa. Sua vida se baseia em trabalho e casa? Porque para jogar futebol os homens saem até abaixo de “chuva de canivete” e porque para pintar o cabelo as mulheres abdicam até do horário de almoço se for necessário?
Nada contra o futebol, ele é importante também, nada contra pintar o cabelo, as pessoas devem sim fazer o que as deixam felizes e melhoram a auto-estima. Mas cá entre nós. Um dia na sua vida sem umas dessas coisas, não vai deixar você deprimido.
A cultura, a busca por ela e a incessante necessidade de se sentir por dentro das coisas que acontecem no mundo, motivam milhares de pessoas a ter no orçamento familiar, por exemplo, mensalmente uma graninha para comprar um livro. Se permitir ter acesso a poesias, a textos, filmes e a arte de outras pessoas nos oportunizam conhecer o universo e ver a vida de outras formas, de novos pontos de vista. Não é feio homem gostar de poesia e mulher achar o máximo, filmes de época. Feio são as pessoas nos oferecem oportunidades de ter acesso a diferentes tipos de cultura e em alguns casos de forma gratuita e mesmo assim preferirmos ficar em casa vendo Super Pop
Como prova disso, gostaria de contar uma história sobre essa falta de prestígio e importância que as pessoas dão para as variadas expressões culturais. Certa vez eu e um colega organizamos uma instalação fotográfica. Convidamos empresários, colegas da imprensa, amigos, a comunidade, todas as pessoas que achávamos que se interessaria em algo que até então não havia acontecido em Três de Maio nos últimos anos. Para nossa surpresa, uns vinte ou trinta apareceram e muitos disseram que iriam e nos 15 dias de instalação, sequer deram as caras. Descanso com nós dois? Falta de prestígio nosso como profissionais? Não. Acho que o descaso foi com eles mesmos. Todos que deixaram de ir perderam algum coisa. Ou perderam de conhecer um pouco mais sobre a fotografia, ou perderam tempo assistindo a novela das 20h. O descaso com a cultura é mais deprimente que ver TV de pijamas um domingo à tarde. A cultura nos é oferecida seja em Porto Alegre, Três de Maio, Santa Rosa, Ijuí. Seja na cidade de cinco mil habitantes, ou na de 200 mil. Falta-nos interesse em sairmos de dentro de nossas bolhas e respirarmos e nos depararmos com novidades.
Acho lindo como as pessoas dizem por aí quando questionadas sobre que tipo de livro gosta de ler e sequer sabem definir um estilo literário. Mais interessante ainda é os hipócritas que dizem por aí que o livro de cabeceira é a Bíblia e sequer sabem o que está escrito no Salmo 23. A cultura é oferecida a todos, basta termos interesse. E falando em Bíblia, tenho certeza que no princípio criou Deus o céu, a terra, mas se ele pudesse voltar atrás, criaria também pessoas menos preocupadas com o cabelo e mais com o cérebro, criaria também pessoas menos preocupadas com a potência do som do carro e mais interessadas no intelecto.
E viva o descaso com a cultura!
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